D Pedro I

 










A relação amorosa entre D. Pedro I de Portugal e Inês de Castro é uma das mais trágicas e fascinantes histórias de amor da história portuguesa, carregada de paixão, intriga e vingança.

D. Pedro I (1320-1367), também conhecido como "o Justiceiro", foi o oitavo rei de Portugal. Ele se apaixonou por Inês de Castro, uma nobre galega que fazia parte da comitiva de sua primeira esposa, Constança Manuel. A história de amor entre Pedro e Inês começou ainda durante o casamento de Pedro com Constança, mas a relação deles foi vista com preocupação e desaprovação pela corte, em parte devido à influência da família de Inês, que era galega, o que poderia criar instabilidades políticas com o reino vizinho de Castela.

Após a morte de Constança em 1345, a paixão entre Pedro e Inês se intensificou. No entanto, o pai de Pedro, o rei D. Afonso IV, temia que o poder crescente da família de Inês ameaçasse a estabilidade do reino. Apesar de várias tentativas de separar o casal, Pedro continuou sua relação com Inês e, segundo algumas fontes, chegou a casar-se secretamente com ela, embora essa versão seja alvo de debate entre historiadores.

O assassinato de Inês de Castro

Em 1355, pressionado por conselheiros e temendo que a ligação entre Pedro e Inês pudesse causar um conflito com Castela, D. Afonso IV ordenou o assassinato de Inês. Ela foi brutalmente morta no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra. A morte de Inês provocou uma revolta em D. Pedro, que declarou guerra contra o próprio pai. Embora a reconciliação entre pai e filho tenha ocorrido antes da morte de Afonso IV, a dor de Pedro nunca desapareceu.

A vingança e a coroação póstuma

Quando D. Pedro I subiu ao trono em 1357, ele procurou vingança contra os assassinos de Inês. Dois dos responsáveis foram capturados e executados de maneira brutal. Além disso, em um gesto simbólico e marcante, D. Pedro I declarou que Inês de Castro era sua legítima esposa e, portanto, rainha de Portugal, mesmo após a sua morte. A lenda diz que Pedro ordenou que o corpo de Inês fosse exumado, vestido com vestes reais e coroado, obrigando a corte a beijar a mão da rainha morta como um sinal de respeito.

Essa história de amor trágica inspirou inúmeras obras literárias, musicais e artísticas ao longo dos séculos, incluindo a famosa peça "Inês de Castro" de António Ferreira e várias representações na literatura romântica portuguesa. É um exemplo duradouro de como o amor e a política se entrelaçaram na história medieval de Portugal.






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